Essa Fic é Yaoi (BL), se não gosta do gênero, por favor, não leia.
CAP - IV
Naquele dia após a aula, o dia mal havia chegado a sua metade, mas eu já estava cansado, exausto define melhor o que eu sentia. Como combinado Cat foi comigo até em casa e como previsto Rui nos acompanhou. Como ele tem feitos em alguns dias nas ultimas semanas. A pequena caminhada que não leva mais que 30 minutos, parecia mais uma longa e interminável trilha. O silencia era maçante e desconfortável. Até que Cat Resolve quebrar o silêncio.- Eu soube algumas coisas bem interessantes sobre você - Diz olhando para Rui, mas ele só a ignora, ela faz uma careta mesmo assim ela insite - Coisas como você ser um delinquente, e todos terem medo de você - nesse momento ela lança um olhar desafiador para ele e completa - Mas eu não acredito muito no que as pessoas falam, ah e eu não tenho medo de você - Ela continua lançando um olhar de desafio. Até que finalmente ele resolve falar algo.
- É mesmo? Bom pra você - Rui diz isso com um tom de deboche, mas ao mesmo tempo de uma forma que mostra que ele não se importa com o que ela está falando. Cat olha absmada e um pouco decepcionada pela reação tão pouco digna de uma pessoa que todos temem. - Oh, Então será que você também sabe que é o motivo de todos estarem evitando o Chiaki? - Rui parece um pouco desconfortavel com essas palavras, mas ele não responde ela parece ainda estar esperando por algo - Cat! - Eu digo olhando de uma forma que diz, já chega disso. Depois dessa tentativa falha de provocação por parte da Cat, continuamos o resto do caminho até em casa em silêncio.
Por sorte ao Chegarmos em casa May já estava lá, ela também tinha acabado de chegar, ainda vestia seu bonito uniforme escolar e seu cabelo estava preso com um penteado que a deixava parecendo uma pequena e fofa boneca, ela olha para Cat e para mim em seguida, com uma cara de duvida, como quem pergunta "quem é ela?". Eu as apresentei e de inicio May não teve muito interesse em Cat, mas em questão de minutos com um simples comentário sobre como seu penteado a deixava mais graciosa e a pequena garota foi totalmente cativada pela nova forasteira.
Mas Rui por outro lado não parecia estar se divertindo, ele normalmente é bem falante e comunicativo, ao menos aqui em casa, mas nem isso o fez falar. Até que May o puxou para a sala e começou a bombardear ele com informações sobre os novos livros e anime que ela estava acompanhando, o que rapidamente fez com que ele falasse bastante, apesar de não parecer tão animado. Eu então me dirigi ao meu quarto junto da Cat, durante o caminho ela parecia analisar tudo, o que me deixou um pouco desconfortavel, mas ela não parecia perceber ela observou desde as fotos nos quadros do corredor que levava ate a parede de trofeis e bugigangas de nossas viagens, subimos as escadas e subimos nos direcionando ao meu quarto e ao entrar ela ficou eufórica.
"wow olha só quantas revistas de investigação, esse poster é da nova serie, e esse livro eu também tenho, ele é incrível" ficou dizendo toda animada. Então eu mostrei mais um pouco dos meus livros, que apesar de não se compararem em quantidade com os da May, posso dizer que é uma quantidade considerável. Cat ficou falando sobre seus casos favoritos, técnicas de interrogatório e formas de investigação, conversamos por mais algum tempo ate que lembramos o verdadeiro motivo daquela visita. pegamos nossos matérias de estudo e ela começou a copiar a matéria, ate que após alguns minutos de silêncio ela começou a murmurar algumas palavras.
- Sabe, eu... - ela parou por um momento e então voltou a falar - Eu não quero parecer intrometida, só nos conhecemos hoje, muito menos quero ser insensível, mas... - Dando uma pausa novamente, mais longa que a anterior. Ela parecia indecisa se dizia ou não então eu apenas disse bem calmo - Eu não sei sobre o que você quer falar, mas pode dizer, eu não vou me aborrecer com uma pergunta, é serio. - Isso pareceu ter deixado-a aliviada, então ela voltou ao ponto em que parou.
-Eu percebi que existem muitas memorias espalhadas pela sua casa. Na sala tem fotos da sua formatura, do primeiro dia de aula da sua irmã, seus aniversários, das suas viagens. Fotos com a sua mãe em momentos que pareciam bem divertidos. - Ela deu um leve sorriso, mas então com um ar melancólico completou - Mas eu percebi que quase não existem memorias sobre o seu pai, tudo bem se eu perguntar o que aconteceu? - Ela parecia um pouco preocupada ao me fazer aquela pergunta, talvez por pensar que aquilo iria me magoar ou algo assim.
-Ele morreu, há 7 anos atrás - Eu respondi, sem exitar, mas a cara de perplexa que ela fez, me afetou um pouco então eu senti como se só devesse continuar e completar aquele pensamento - mas está tudo bem, já faz muito tempo - quando eu disse isso ela só me abraçou e apos alguns instante disse - Não importa que tenham sido semanas, meses ou anos, a dor de perder alguém nunca desaparece. Aprendemos a lidar e a suportar o que faz parecer que ela vai diminuindo lentamente, mas essa cicatriz nunca vai deixar de doer, mesmo que já faça anos, ainda não deve ser fácil aguentar esse dor, né? - Ela continuou a me abraçar.
Naquele instante eu percebi, o peso daquelas palavras e o esforço que todos estavam fazendo ao evitar aquele tema, que tinha virado quase um tabu dentro daquela casa, mesmo que ninguém o tenha proibido, cada um a sua maneira, evitava falar sobre, tentando lidar com essa enorme perda mesmo depois de tanto tempo.
May era muito nova, ela era só um bebê, era como um patinho atras de seu papai e mesmo que ela queira saber, mesmo assim ela nunca pergunta sobre ele, porque mesmo que seja solitário para ela não saber, ela está tentando a sua maneira proteger a gente.
Mamãe não fala sobre ele, mesmo que as vezes ela queira, ela apenas guarda tudo para ela, talvez porque ela ache... Não, porque ela sabe que ainda é doloroso demais pensar sobre isso, as vezes chega ao ponto da dor ser sufocante. Naquele momento tudo que eu pude fazer foi abraçar ela e chorar, em parte por estar frustado com a sua morte e em parte comigo por não conseguir, mesmo agora, lidar com isso.
Depois de um tempo eu pude finalmente me acalmar e Cat voltou a copiar até que fomos interrompidos com May nos chamando para jantar. foi quando eu pensei "Jantar, tão cedo?" mas ao olhar para a hora eu entrei em shock - O que? Já é tão tarde?? - Eu gritei indignado de que não havia percebido.
- Desculpa May, eu vou preparar algo para você comer imediatamente. - Eu disse me apressando para ir a cozinha.
- Calma, ta tudo bem, eu e o Rui já fizemos o jantar. - Ela deu um sorriso fofo de quem diz, foi divertido
- sério? - perguntei incrédulo.
-Sim, sabe eu até ia te chamar antes, mas Rui disse que não era para te incomodar e falou que ajudaríamos mais fazendo o jantar para você. - Ela explicou, se sentando a mesa.
- un... Né May, cade o Rui? - Perguntei ja que não o vi por perto.
- Ah ele recebeu um telefone e teve que ir para a casa.
-Wow essa comida esta com uma cara ótima. - Disse Cat maravilhada.
-Vamos comer então,porque eu estou faminta. - May disse já começando a se servir.
Os pratos estavam surpreendentemente bons. Muito melhores do que os que eu ou minha mãe fazemos. Mas por alguma razão o comportamento do Rui estava me incomodando, o que será que estava acontecendo? Era o que eu queria perguntar. Após o Jantar o pai de Cat veio busca-la e ela foi para casa o dia finalmente chegou ao fim, eu estava exausto e foi dormir tão rápido quanto possível, a ultima coisa que eu pensei antes de dormir foi que eu deveria agradecer o Rui pelo ótimo jantar. Mas ele não apareceu no dia seguinte na escola, e nos três dias seguidos, eu não tive noticias do Rui.
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