sábado, 26 de setembro de 2015

Comigo ao seu lado CAP - III

Essa Fic é Yaoi (BL), se não gosta do gênero, por favor, não leia.


CAP - III



   Algumas semanas se passaram e as coisas na escola não tinham mudado muito, as pessoas continuavam me ignorando e o pior é que não me deixavam participar de nada. Absolutamente NADA. Ou seja, minhas tardes eram resumidas em ir para casa e conversar com a May e o Rui, que começou a frequentar bastante a minha casa por sinal, afinal ele é meu colega de turma e amigo da minha irmã . Eu não consigo considera-lo meu amigo, talvez eu esteja agindo como criança, mas que seja.  

   O que faz lembrar que eu descobri o motivo do porque todos estavam com medo de mim, também pudera, se eu ouvisse esses boatos ate eu ficaria apreensivo. Na semana passada o Rui faltou à escola, acho que ficou doente ou qualquer coisa do tipo. Então eu encontrei a chance perfeita para arrancar das pessoas da turma o que estava acontecendo. 

   “OK, mas, por favor, não conte ao Rui que falamos com você. Ele é o maior delinquente da nossa escola e ninguém quer arrumar briga com ele. Todos sabem que voces são amigos, e pela forma que vocês estavam falando um com o outro, alguns rumores surgiram e é por isso que todos tem medo de falar com você.” – depois ela completou explicando sobre os tais rumores, coisas como eu ter sido um delinquente na minha antiga escola, mas quase ninguém acreditava nisso ou so por eu ser próximo ao Rui que isso traria problema a qualquer um que se juntasse a mim... Serio? Que saco, agora nem amigos mais eu vou ter. Mas eu não me importo que ele seja um delinquente, ou o quer que seja, eu não vou deixar as coisas assim. 

   No dia seguinte eu sai mais cedo de casa e comecei a botar meu plano em ação, bom... Se isso pode ser chamado de “Plano”. Assim que cheguei na escola, precisamente na sala eu passei na mesa de cada um e falei com cada um, convidando-os para uma festa na minha casa. Algumas pessoas tentaram me ignorar, mas eu insisti e entreguei os convites. Mas isso não parecia estar funcionando. 

-Ah... Chiaki... Eu não acho que posso ir... – Disse uma das meninas – -Eh?Porque não? 
-É... – Ela estava claramente tentando achar uma desculpa- 
-Na verdade Chiaki, ninguém quer ir – Uma das amigas dela se aproximou – Eu sei que você é um cara legal e só esta tentando se enturmar, mas infelizmente não queremos arrumar problemas com o Rui. Desculpa. 
- só porque supostamente somos amigos? Como isso seria um problema? – elas me não sabiam como responder aquilo. Ao que deu para entender, ou todos só não queriam se envolver com o Rui de forma alguma ou achavam que eu também era um delinquente. – Eu já expliquei tudo para vocês.  
- Mesmo assim... é complicado, sabemos que você é uma boa pessoa, mas se começarmos a andar juntos e se acabarmos discordando de algo e o Rui ficar com raiva da gente por isso... sabe não queremos problemas. Sinto muito. 
-Tudo bem... – Eu me sentei bem deprimido, não queria mais forçar nada de qualquer forma e as pessoas me devolveram os convites – 

   Eu não achava que eles fossem aceitar tão rápido, mas tão pouco achei que fossem rejeitar dessa maneira. Nesse dia o Rui chegou durante o segundo tempo, então não ficou sabendo sobre nada. E durante o intervalo eu não estava com vontade de ir ate a cantina como sempre faço então fiquei na sala, deitado tentando pensar o que eu faria agora. Além de não participar de nada, não ter amigos e as pessoas me ignorarem, eu não posso nem dar festas para tentar me enturmar porque ninguém vai ir, porque eu tenho tanta má sorte? 

-Ei! – Rui gritou me chamando – 
-O que foi? 
-Eu que pergunto. Estou te chamando já tem um tempo. 
-Ah desculpa eu não ouvi – mesmo se tivesse ouvido o teria ignorado, é tudo culpa dele afinal... Ah... Eu sou mesmo uma criança- 
-O que aconteceu? Você parece distraído.-Não aconteceu nada. Só estou pensando que normalmente eu tenho uns dois amigos com gostos em comum, mas dessa vez parece que eu não consegui achar ninguém. É triste não ter ninguém para conversar sobre coisas que você gosta. 

-E-eu posso conversar com você se quiser. 
-Não precisa. Se for assim a May já conversa comigo bastante. –Não quero que ele se aproxime mais, com sorte se eu me afastar, ele para de falar comigo e as pessoas esquecem isso – 
-Mas por quê? Somos amigos, não somos? 

   Normalmente eu sou bem calmo, mas ele esta começando a me tirar do serio. Amigos? É. Eu ate poderia ser amigo dele, se ele não fosse a causa do meu isolamento, ou o porquê de todos pararem de falar comigo. Ah... É melhor eu me acalmar. Não quero falar nada no impulso, afinal ele é amigo da minha irmã. 
- Eu sei que você não tem os mesmos gostos que os meus, e eu sei como é chato ficar falando sobre o que não nos agrada. Então não precisa se forçar, mas tudo bem, eu já estou acostumado de todas as formas, a ter só a minha irmã como amiga – Mesmo que os boatos não desapareçam e mesmo que todos continuem me ignorando, tudo bem, afinal eu já estou acostumado a isso, não sei porque pensei que eu poderia ser diferente agora. – 

   Depois disso, quando cheguei em casa minha irmã já veio logo perguntando quando seria a “Festa” e se podia ajudar em alguma coisa, afinal seria a primeira vez que eu decido dar uma festa. O que a deixou um pouco desapontada quando contei que não teria mais. Mas depois de contar todos os detalhes ela parou de me perturbar para continuar chamando as pessoas. Uma coisa boa na May é que ela é bem atenciosa comigo e de todas as pessoas ela é a melhor amiga que eu poderia pedir. 

   Na manhã seguinte, eu acabei acordando atrasado o que não era algo normal de acontecer e a May já tinha ido e nem havia me chamado, como ela pode ser tão malvada às vezes? Eu sai correndo, no meio do caminho escutei o choro de alguém e fui ver o que estava acontecendo, o choro vinha do parque, era um garotinho de uns 5 anos que estava fazendo aquele escanda-lo e o motivo? Era porque alguns garotos mais velhos tinham jogado seu bichinho de pelúcia em algum lugar no bosque atrás do parque. 

   Já tinha uma garota, um pouco estranha, bem branquinha, quase da minha altura, um e setenta provavelmente, de cabelos curtos e castanhos. Mas o que chamou a atenção foi à cor dos seus olhos, era um castanho bem claro e mesmo parecendo estranho era como se sua cor mudasse de vez em quando, aquilo me intrigou, como pode ela ter olhos tão bonitos? Eu já ia chegar atrasado de qualquer jeito então resolvi ajuda-la a procurar o urso. Procuramos em todos os lados e nada de encontrar o bendito do urso. Ate que –“Ali” Gritamos os dois juntos. 

   O infeliz estava no alto da árvore, devo admitir que estava no pior lugar possível... A garota que estava comigo não parecia que iria se voluntariar para subir na árvore com aquela saia. Eu ate sei subir em árvores, mas não é minha atividade preferida, na verdade, tenho um pouco de medo de altura. Quando eu tomei coragem para começar a escalar a bendita, és que a garota me surge tirando a saia do uniforme e imediatamente eu disse: 

-O-Oque você esta fa-fazendo? – Acho que eu estava ficando vermelho. - 
-Ah? Ah! Calma, olha! Eu estou com um short por baixo – Ela deu um sorriso e rapidamente tirou a saia para que eu pudesse ver o short – Como se eu fosse me despir na sua frente assim...-Ela deu uma pausa- Só não quero que meu uniforme fique sujo, ou rasgue. 

Ela era tão rápida subindo na árvore que fiquei impressionado, em alguns instantes ela subiu e desceu com o urso, o entregando para o garotinho que a agradeceu. Mas agora que parei para pensar porque aquela criança estava sozinha ali? O que não demorou para que eu descobrisse já que a mãe dele veio correndo e disse que ele tinha sumido e o estava procurando e depois foi embora com a criança. A garota já estava se preparando para ir embora, mas eu queria muito saber quem era ela, que parecia ser tão diferente das pessoas, ou melhor garotas que eu conhecia. 

-Espera! Como você se chama? Eu sou o Chiaki, prazer. 
-Ah? E.. –Ela parecia surpresa comigo – Sou Catherine mas pode me chamar de Cat 
-Então tá, Cat onde você estuda? É que eu nunca vi esse uniforme por aqui – Apesar de que sou novo na cidade, mas detalhes a parte, pensei – 
- Aubrey High School...- Ela nem consegui falar mais nada depois disso, pois eu a interrompi- -Ehhhh?? Aubrey? Mas esse uniforme não é de lá. 
-É eu sei, isso é porque eu acabei de me transferir, e cheguei ontem de noite na cidade. Por sinal você sabe onde é a Escola? 
-Sim! Eu te levo. Eu também estudo lá. – Nossa uma aluna nova na escola, será que finalmente eu vou ter uma chance de ter amigos? – Mas qual é o seu ano? 
-Primeiro ano, sala três. 
-Eu também! Eu me transferi há pouco tempo para lá também. 
-Bem, esse deve ser onde colocam as pessoas recém-chegadas, ou transferidas. – Ela deu uma pausa- Mas que sorte, mal cheguei e já tenho um amigo, posso te considerar um amigo não é? – ela mal terminou a pergunta e eu logo respondi.  -SIM! – Eu disse bem animado e ela sorriu – 

Chegamos à escola e recebemos a maior bronca por chegarmos tão tarde. Ficamos esperando o sinal do segundo tempo tocar, enquanto conversávamos, para que assim pudéssemos entrar. Quando chegamos à sala, ela se apresentou para a turma e depois se sentou e por sorte o lugar dela era atrás do meu. O tempo passou voando e quando vi já era hora do intervalo, ela foi para a cantina com as meninas da sala e eu fiquei para atender uma ligação. 

-Alô? Mãe? O que foi? 
-Eu não posso voltar para a casa hoje, vou ficar no hospital. Pode fazer alguma coisa para a May comer quando chegar em casa? Não tive tempo de preparar nada. 
-Posso, mas você esta bem? –Ela parece eufórica- 
-Sim! Né Misaki, eu vou participar de uma ressecção de um tumor cordoma, eu estou muito feliz. 
Bem triste pela pessoa claro, mas muito animada. Ah!... Eu tenho que ir depois conversamos, tchau. -Tchau. 

Minha mãe é bem doidinha, ela não tem a necessidade de ligar avisando cada coisa que vai fazer. Mas se ela fica feliz fazendo isso então tudo bem. Eu mandei uma mensagem para May avisando que nossa mãe não estaria em casa e perguntando o que ela queria comer e depois voltei para sala. Ao chegar na sala Rui estava sentado emburrado e ao entrar, me perguntou se eu conhecia a nova aluna. 

-A conheci hoje mais cedo, mas parece ate que somos amigos a bastante tempo, temos muitos gostos em comum. 
-Parece que achou uma amiga afinal –Ele não parecia feliz com isso- 
-É o que parece- Respondi- Bom, vou a cantina comprar alguma coisa, ate mais. – Sai correndo antes que alguma coisa acontecesse e fui ao encontro de Cat. 
-Ei Chiaki! Aqui!- Ela gritou- 

Ela me chamou, mas no mesmo instante, as meninas que estavam com ela, a fizeram parar com aquilo e começaram a falar alguma coisa para ela. Eu não sou idiota e já estava entendendo o que ia acontecer então dei meia volta e fui sentar em algum lugar bem longe delas, sozinho. Mas de repente minha solidão foi quebrada com a aparição súbita de Cat. 

-Ei, é verdade o que elas me disseram? –Disse já se sentando ao meu lado- -Depende, o que elas disseram? 
-Que um tal de Rui é tipo o delinquente por aqui e quem não quer se meter com ele não deveria se aproximar de você, porque você é amigo dele ou algo assim. 
-É verdade tirando a parte do amigo. Eu ate poderia ser, se ele não tivesse feito todos acreditarem que sermos amigos seria algo ruim. Então acho melhor não ficar falando muito comigo, ou você não vai fazer amigos aqui. 
-Que seja eu não me importo com essas coisas idiotas. Eu já disse que sou sua amiga, além do mas, essas meninas daqui são tão chatas. – Disse dando uma risadinha. 
- O-Obrigado - Disse a abraçando – Você é uma boa pessoa. 
-Você ainda duvidava? - Ela fez uma cara de brava, mas depois começou a rir. – Bem, eu preciso pegar a matéria que foi dada, posso ir na sua casa depois da escola? 
-Pode. – Lembrei que ELE também ia sempre lá em casa – Mas... o tal delinquente também vai estar lá em casa. -Eh? –ela riu – Isso vai ser interessante. 

Eu não estava entendendo o que ia ser interessante  mas estava sim com muito medo do que iria acontecer. Tudo que posso fazer é esperar as aulas terminarem e torcer para que eles não se matem ou destruam a casa. Parece que o dia vai ser longo... Ele nem acabou e já me sinto cansado. 


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